Por Camila M. Correia
Hoje, através da diversidade de tratamentos estéticos de fácil acesso e de uma tecnologia avançada, ficou relativamente simples alcançar o tão sonhado “corpo perfeito”. Pelo menos, é o que a maioria das revistas de dieta e saúde nos ensina. Vemos, nas revistas, modelos de corpos enxutos, sem nenhuma gordura aparente, plastificadas.
Estamos submetidas, todo tempo, a essa ditadura, que nos faz querer ter a boca da Angelina, o cabelo da Gisele, os olhos da Aline... que monstro iremos criar? Temos que lembrar das nossas particularidades, estas, que nos fazem um ser único, original.
A psicóloga Rachel Moreno (2008), autora de um livro sobre beleza, acredita que esse ideal cria desejo de perfeição introjetado e imperativo. Para as adolescentes, essa obrigação de ser como todas as outras cria ansiedade, inadequação e baixa estima [sic] – sendo os mais complexos a anorexia e a bulimia. A busca da silhueta perfeita faz com que 5% das mulheres no mundo sofram com essas doenças, que é tida pelos cientistas como típica de cidade grande, sendo o ambiente urbano um fator potencial de risco.
A anorexia, além de alterações metabólicas, gastrointestinais, cardiovasculares e neuroendócrinas, outros transtornos mentais podem estar associados à anorexia, como depressão e características obsessivo-compulsivas. Enquanto a bulimia traz as alterações cardiovasculares, gastrointestinais, metabólicas associadas a transtornos de humor e de ansiedade. Pode haver também desgaste do esmalte dentário e hipertrofia das glândulas salivares.
As adolescentes estão sendo muito afetadas com essa ditadura agressiva. Comunidades na internet fazem apologia a anorexia e a bulimia. Em um instante, você adquire dicas de como forçar o vômito e até de como enganar os seus pais. Essas meninas estão sendo persuadidas pela mídia, que “reforça essa beleza de plástico”. A partir disso estão caminhando para um padrão ideal de beleza, que por mais longe de sua realidade, elas tentam buscar.
Esses fatos já estão servindo de modelo para a mídia, que tenta agora desfazer o mal feito. Com propagandas de incentivo a viver a sua beleza, colocando cada vez mais atores com sobrepeso e/ou obesidade em telenovelas que têm como público alvo adolescentes, como é o caso da “Malhação” exibida na Rede Globo.
Estamos, talvez, entrando numa nova fase, a de aceitação de um “eu” singular, que não pode remeter a outras pessoas. Vemos negros adotando visual Black, “gordinhas” aceitando a sua forma e se tornam cada vez mais sexys, comprovando assim a não estabilidade dos padrões de beleza, que mudam através do tempo.
A aparência não pode passar a ser mais importante. Temos uma gama de coisas que nos constroem, que nos tornam especiais, isso tem que ser valorizado sempre.
Gostei muito do tema abordado! Realmente beleza exterior não pode ser mais importante do que a inferior, mas nem sempre isso sai da teoria, várias pessoas dizem não se importar com a beleza, mas na prática agem de forma preconceituosa, mas enfim, muito bom o texto!
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