domingo, 30 de maio de 2010

Ler - Correlacionando "O Leitor", "Diferentes formas de Ler" e "Leitura na Intimidade"

Bruno Sofrozine

Houve um tempo em que o hábito de ler, principalmente quando mais freqüente entre mulheres, era visto como perigoso.

A leitura nem sempre se deu da forma como imaginamos, da maneira com a qual estamos acostumados: solitariamente, silenciosa e intimamente, de modo a não dificultar a concentração. Àquela época, essas idéias seriam execráveis. Simplesmente o fato de ler em silêncio já era, por demais, estranho. Era espantoso que se lesse sem oralizar, pois muitos nobres, do século IV d.C. ao século XIV, precisavam falar as palavras para compreender o texto.

Ainda mais esquisito, àquele tempo, seria essa intenção de que todos devem ler, e ler, sobretudo, romances, que poderiam comprometer a moral das mulheres. Acreditava-se que, lendo romances, elas corriam de se identificar com as personagens. Temia-se a proximidade estabelecida entre o real e o fictício. Chegou-se ao ponto de, na França, ser proposta uma lei que proibiria a criação, a edição e a circulação de romances.

Assim, como boa parte da Europa se preocupava em proibir e dificultar a leitura, as formas de leitura e as concepções sobre o ato de ler mudaram. Márcia Abreu aborda, em seu texto, “Diferentes Formas de Ler”, que a nossa idéia de ler está relacionada aos pensamentos e imagens construídos nos séculos XVIII e XIX. Os livros vêm, desde então, se tornando símbolo de alto intelecto e posição social. A maneira como as pessoas são retratadas em pinturas, com vários livros em volta, indicam suas vontades de evidenciar o íntimo.

O texto chama a atenção também para o que é lido. Revistas, jornais, HQs, também fazem parte do nosso universo. A leitura, que é sim indicação social, também é, e deve ser, feita por prazer.

No texto Leitura na Intimidade, vemos uma breve reflexão sobre o ato de ler na cama. Mas antes disso, ele sugere que deve ocorrer uma relação de desacordo entre o livro que lê e o lugar onde lê. Como exemplo disso, podemos tirar, do filme O Leitor, uma cena em que a personagem Michael lê, para Hanna, um livro erótico na banheira. O autor, contudo, vai mais longe; ele diz que tão relevante quanto o contraste entre conteúdo e ambiente são as posições de leitura. A partir daí, tiramos outro exemplo da obra fílmica: uma cena em que Michael, deitado de bruços, lê uma revista em quadrinhos para Hanna. Podemos ainda relacionar essa passagem com o texto de Márcia Abreu, ressaltando a variedade da leitura.

Em “O Leitor”, Michael é um garoto de quinze anos que se envolve, sexualmente, com uma mulher mais velha; Hanna era uma cobradora de bonde de uma cidade alemã, a cidade em que viviam. A década era a de 1950.

Mais tarde, se descobrirá que Hanna não lê; isso a trará sérias complicações. A relação instituída entre ela e Michael pode-se dizer que é de troca – embora ele não esteja tão ciente disso. Ela impõe uma condição de que qualquer relação sexual se dará somente após ele ler para ela. Assim, pode-se já imaginar que, mesmo quando estão se deleitando com os livros, eles passam boa parte do tempo na cama.

No texto de Manguel, é dito que ler na cama é um ato que remete ao reino da luxúria. A própria expressão “levar um livro para cama” já conota essa eroticidade. Na Europa dos séculos XVI e XVII, os quartos eram isolados. Eles constituíam os corredores das mansões, impossibilitando assim uma total tranqüilidade. Os gregos tinham uma cama especial, os romanos tinham uma cama para cada atividade. Ler na cama, muitas vezes, podia ser um risco até mesmo para as relações interpessoais. Até o século XIX, o quarto ainda não era visto como privado.

Diante de tudo, vemos que a leitura é variável. Essa idéia que já está enraizada em nossas mentes não é o que condiz com a realidade. Lugar, maneira, tempo, condições, tudo isso influi no nosso entendimento. E qualquer leitura é válida.

Tudo o que hoje preciso realmente saber, aprendi no jardim de infância

Robert Fulghum


Tudo o que hoje preciso realmente saber, sobre como viver, o que fazer e como ser, eu aprendi no jardim de infância. A sabedoria não se encontrava no topo de um curso de pós-graduação, mas no montinho de areia da escola de todo dia. Estas são as coisas que aprendi lá:

1. Compartilhe tudo.

2. Jogue dentro das regras.

3. Não bata nos outros.

4. Coloque as coisas de volta onde pegou.

5. Arrume a sua bagunça.

6. Não pegue as coisas dos outros.


7. Peça desculpas quando machucar alguém.


8. Lave as mãos antes de comer e reze antes de deitar.


9. Dê descarga.


10. Biscoitos quentinhos e leite fazem bem para você.


11. Respeite o outro.


12. Leve uma vida equilibrada: aprenda um pouco, pense um pouco... e desenhe.. e pinte... e cante... e dance... e brinque... e trabalhe um pouco todos os dias.

13. Tire uma soneca às tardes.

14. Quando sair, cuidado com os carros.

15. Dê a mão e fique junto.

16. Repare nas maravilhas da vida.

17. O peixinho dourado, o hamster, o camundongo branco e até mesmo a sementinha no copinho plástico, todos morrem... nós também.

Pegue qualquer um desses itens, coloque-os em termos mais adultos e sofisticados e aplique-os à sua vida familiar, ao seu trabalho, ao seu governo ou ao seu mundo e verá como ele é verdadeiro, claro e firme. Pense como o mundo seria melhor se todos nós, no mundo todo, tivéssemos biscoitos e leite todos os dias por volta das três da tarde e pudéssemos nos deitar com um cobertorzinho para uma soneca. Ou se todos os governos tivessem como regra básica devolver as coisas ao lugar em que elas se encontravam e arrumassem a bagunça ao sair.

Estas são verdades, não importa a idade.

Ao sair para o mundo é sempre melhor darmos as mãos e ficarmos juntos. É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão.

sábado, 29 de maio de 2010

relação do filme"o leitor" com os textos "Leitura na Intimidade" e "Diferentes Fomas de Ler"

A leitura é de capital importância para o indivíduo, através dela adquirimos diversos conhecimentos, ficando assim, enriquecidos com novos vocábulos e novas experiências.
O texto "Leitura na intimidade" mostra o prazer vindo da leitura de acordo com o conforto corporal do leitor, trazendo assim, diversos leitores comentando sua preferência do local que lhe for conveniente para ler, além de abordar principalmente a cama como local de leitura, assim como no filme "O Leitor", Hanna, mulher mais velha com condição menos favorecida, cobradora, relaciona-se com um jovem, chamado Michael de 15 anos e, em seus encontros amorosos ela pedia para que ele lesse textos para ela.
As leituras eram realizadas em diversos locais, mas geralmente eram feitas na cama, buscando assim um lugar íntimo e particular para mergulhar num mundo ficticio e imaginário, havendo também uma relação não só no texto de Alberto Manguel mas, também com o título que passa a indeia de privacidade.
O texto " Diferentes Formas de Ler" traz a ideia de diversidade de leituras assim como no filme, em que Michael ler para Hanna diversos tipos de textos, como revistas em quadrinhos, literatura erótica, sobretudo poesia e romances.
No texto de "Márcia Abreu", a autora relata sobre as mulheres de antigamente que tinham acesso controlado à leitura, havia um preconceito de que contos e romances poderiam ser prejudiciais, por causa da identidade estabelecida entre elas e as personagens que se propunham à desejos pecaminosos. No filme "O Leitor", também pode-se notar o preconceito em relação à mulher, nas cenas nas quais Michael aparece, quer seja no cólegio, ou na faculdade, a predominância é masculina e durante as refeições em família, era o pai de Michael que determinava a decisão final.
A falta de leitura foi um fator agravante à condenação perpétua de Hanna. Analfabeta , envergonhou-se da sua condição intelectual e se viu obrigada a se acusar para não admitir o seu analfabetismo.
Portanto, os dois textos e o filme possuem pontos em comuns, principalmente, em relação à leitura, à sua importância e ao modo que ela é praticada.


Daniel Silva de Jesus
Eliana D'Anunciação

O LEITOR, a LEITURA NA INTIMIDADE e as DIFERENTES FORMAS DE LER

Por Jamile Teixeira

O leitor é um filme que discute variados assuntos. O analfabetismo, o nazismo, o julgamento aos nazistas, o amor com diferença etária, a luxúria fazem parte do enredo. O filme retrata o período nazista e pós-nazista na Alemanha romanceado através de um jovem de 15 anos e uma mulher mais velha. O amor entre o casal é despontado quando Hanna ajuda o garoto Michael, que volta curado para agradecê-la. Neste romance, misturam-se letras e sexo. O filme mostra uma diferente e interessante relação de amor entre os personagens, mesmo quando Hanna desaparece, o amor sobrevive entre o casal.
No texto, Diferentes formas de ler, a idéia de leitura compartilhada por mais de uma pessoa é colocada como forma de sociabilidade e entretenimento, funcionando assim como uma interação social. A leitura no filme é mostrada de forma compartilhada entre o casal. Michael lê para Hanna que, em segredo, sofre com seu analfabetismo. A leitura e o sexo funcionam, no filme, como ferramentas da interação social entre os personagens.
O leitor retrata a leitura de entretenimento. O texto Diferentes formas de ler, da autora Márcia Abreu, traz a ideia de leitura, contidas em fotografias divulgadas na internet, como “um ato prazeroso, que se realiza em ambientes confortáveis, tranquilos e harmônicos”, justamente, o cenário pertencente ao filme. A casa de Hanna permitia a leitura tranquila e, posteriormente, o ato sexual. Esse espaço íntimo, a cama, é tratado no texto Leitura na intimidade, discutindo a leitura e o tipo de ambiente que deve ser lido cada tipo de obra. O autor Alberto Manguel destaca o conforto no momento da leitura, pois acredita que “o prazer derivado da leitura depende em larga medida do conforto corporal do leitor.” O texto destaca, ainda, o caráter mítico da leitora na cama:

Ler na cama é um ato autoconcentrado, imóvel, livre das convenções sociais comuns, invisível ao mundo, e algo que, por acontecer entre lençóis, no reino da luxúria e da ociosidade pecaminosa, tem algo de emoção das coisas proibidas [...] um certo colorido erótico (MANGUEL, 1987).

Essas palavras do autor do texto Leitura na intimidade refletem o filme O leitor, porque a cama retratada no texto funciona, no filme, como esse espaço real de leitura e luxúria.

Um Histórico de Leitura e Escrita

Por Renato Luz


Sou Renato, tenho 20 anos, sou natural de Livramento de Nossa Senhora e resido em Cachoeira, Bahia. Comecei a ter contatos com livros ainda criança, aprendi a ler com cerca de cinco anos de idade, estudei o primário e o ginásio em escolas públicas que pouco ou nada incentivavam a leitura.
Embora tivesse origem humilde, meu pai tinha muitos livros, a maioria se tratava de literatura espírita e também de registros da história do nosso município, da qual meu pai muito apreciava embora tivesse dificuldade na leitura. Foi num contexto de influência do meu irmão e meu pai que também me fascinei por ler livros de “história”; gostava de ler sobre as guerras, sobre a Revolução Russa, sobre o mercantilismo, Revolução Francesa, entre tantos outros. Antes dos 14 anos, já tinha lido, ainda que superficialmente, sobre todos os marcos históricos da idade antiga à contemporânea. Pela limitação financeira, os livros didáticos me supriam esta necessidade que também me servia de passa tempo.
Gostava muito de ler sobre Napoleão Bonaparte, mas também sobre a I e II guerra mundial, apreciava ler sobre a memória do meu município e também sobre personalidades, de esportistas a políticos.
Em minhas lembranças, o primeiro romance que li foi a “Ilha Perdida”, entre 10 e 11 anos, com um roteiro que me chamou bastante atenção. Gostava mais de ler sobre as escolas literárias em si, do que propriamente os romances. Posso enumerar alguns romances que ao longo da minha adolescência me chamaram mais atenção, são eles: Do outro lado da Ilha, O cortiço, Triste fim de Policarpo Quaresma, A escrava Isaura, e dois em especial, o emocionante enredo de “Meu Pé de Laranja Lima” e o notável “Dom Casmurro”, pela atratividade do drama de Capitu, Bentinho e Escobar.
Ao longo dos anos, me interessei por outros livros que não tivessem relação com o calendário escolar, aos 16 anos li o Pagador de promessas, também o envolvente Código da Vinci e Fortaleza Digital, ambos de Dan Brown, este último talvez seja o enredo que mais me chamou atenção até hoje.
Quanto a escrita, a princípio escrevia pouco e muito mal, pior do que eu escrevo hoje. Sempre fui “rebelde” às regras gramaticais e muitas vezes as ignorava. Em geral, o que eu escrevia até meus 17 anos se resumia às redações do colégio, ou textos com finalidades semelhantes. Redigi praticamente sozinho um jornal para o Grêmio estudantil do qual eu participava, em geral se tratavam de textos de valor congregativo.
Ao escolher uma área para prestar vestibular, fiz minha opção para jornalismo por compreender seu papel de atuação na sociedade e contribuir de alguma forma com ela. Hoje sou estudante do 5º semestre de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, tenho dois artigos acadêmicos publicados na área de Mídia e Política, e diversos artigos jornalísticos publicados em jornais do sudoeste e recôncavo baiano.
Mantenho uma coluna sobre política no Jornal O Guarany, com circulação em Cachoeira, na qual teço críticas à personalidades públicas, e faço análise de cenário. Pretendo me especializar na área de jornalismo político e continuar lendo e escrevendo muito sobre o tema, sou amante das crônicas deste gênero e leitor assíduo de blogs e sites com o mesmo perfil.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Um Dia Você Aprende

"Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorretar a alma. E você aprende qua amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Aprende que se leva anos para se construir confiança e apenas alguns segundos para destruí-la, e que você pode fazer certas coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer,apesar de longas distâncias. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa aonde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que quando está com raiva, tem o direito de estar com raiva, mas que isso não lhe dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não lhe ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não ame você, mas simplesmente não sabe demostrar ou viver isso.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não para para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para atrás.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"

William Shakespeare

Eliana D'Anunciação

" Saber Amar"

O cara diz que te ama, então tá! Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas.
Mas sabe-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de quilômetros.
A demostração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você quando for preciso.
Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorrir com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d'água.
Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão...
Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro.
Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido.
Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.
Sente-se amado quem não ofega, mas suspíra; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.
Agora, sente-se e escute: EU TE AMO NÃO DIZ TUDO!

Mário Quintana

quinta-feira, 27 de maio de 2010

No Brasil, futebol é religião


Os meninos da Vila pisaram na bola. Mas prefiro sair em sua defesa. Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles. O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso cada vez mais me convenço que o Cristianismo implica a superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião.

A religião está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé. A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e cada uma das tradições de fé.

Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno, ou se Deus é a favor ou contra à prática do homossexualismo, ou mesmo se você trem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião. Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião. Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião.

O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância. A religião coloca de um lado os adoradores de Allá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai. E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixam de existir enquanto outros e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus.

Mas quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas. E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz. Os valores espirituais agregam pessoas, aproxima os diferentes, faz com que os discordantes no mundo das crenças se deem as mãos no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião.

Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus. Quando você vive no mundo da espiritualidade que a sua religião ensina - ou pelo menos deveria ensinar, você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e miséria de uma paralisia mental.

Por Ed René Kivitz, cristão, pastor evangélico, e santista desde pequenininho.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Comentário sobre o filme Julie e Julia por Paloma Fiuza

O filme é leve, divertido e agradável. Mais uma vez a atriz Meryl Streep dá um show de interpretação! Sou uma grande admiradora do seu trabalho como atriz. O mais interessante do filme é como as personagens se aproximam, mesmo vivendo em épocas tão diferentes. A personagem Julia Child serve de inspiração cinquenta anos depois para Julie que dá uma guinada na sua vida. Ela passa a escrever num blog suas experiências diárias durante um ano cozinhando ao seu modo as receitas publicadas por Julia no seu livro de culinária francesa. O blog faz um grande sucesso assim como o livro. Julie passa a ser uma seguidora de Julia, não só nas receitas, mas também no modo de encarar a vida, se peocupando, acima de tudo, em ser feliz. A mensagem do filme é a seguinte: se tudo der errado, levante, sacuda a poeira e tente outra vez!

domingo, 23 de maio de 2010

Sou menos leitor por isso?

Pergunto-me, às vezes, se realmente posso me considerar um leitor. E me faço esse questionamento sempre que reflito sobre meu tipo de leitura. Eu nunca li e nem tenho interesse em ler o que é dito culto pela maioria; salvo “O Bem Amado”, jamais li um livro brasileiro e muito menos ainda os canônicos.
Não li também os clássicos de nenhuma outra literatura; não li “A Odisséia” e nem “MacBeth”. Além de não conhecer Clarice, Machado ou Graciliano, não conheço também Dante, Victor Hugo ou Dostoiévski. Mesmo dos livros que tenho a pretensão de possuir, poucos eu li.
Como muitos atualmente, eu comecei a ler há pouco tempo, e por causa de “Harry Potter”. Além disso, experimentei somente a popular “Saga Crepúsculo” e as obras de Dan Brown. O Anatomista, romance de um autor argentino, também passeou pelos meus olhos.
“Eu sou menos leitor por isso? Eu sou menos culto por isso?”, são as perguntas que me faço. Mas também pergunto se isso é mesmo importante. Eu devo me preocupar com isso? O que é cultura? Muitas pessoas leram muito menos do que eu, muitas pessoas não leram sequer UM livro e nem por isso são simplórias.
E daí se eu só li “Harry Potter”? E daí se eu só quero ler “As Crônicas de Nárnia”, “Desventuras em Série” e “Fronteiras do Universo”? Eu também quero ler “Os Miseráveis”, “O Príncipe” e “Dom Casmurro”.
Eu sou menos leitor por isso? Acho que não. Não sou.

Releitura da experiência

Minha experiência com a leitura vem de longa data, mas não com o prazer que tenho hoje. Fui uma das primeiras a aprender a ler e escrever na minha turma. Meu pai sentava-se à mesa de jantar. Uma mesa cor de mogno que mudara de cor várias vezes durante minha infância, graças a um recurso chamado lacca. Ele me ensinava o alfabeto, a escrever meu nome e outras tantas palavras. Eu conseguia ler e escrever algumas palavras e frases, já no maternal. A professora pediu que ele parasse, eu estava me destacando entre os coleguinhas.
Ela não entendia que logo ele teria que deixar de me ensinar tudo da vida, por isso tanta pressa para que eu aprendesse o que ele tinha a ensinar.
Depois deixei de gostar de ler. Não sei exatamente quando, mas deixei. Lia porque a escola obrigava a ler. Nesta época, detestei ler Meu pé de laranja lima, A ilha perdida, A baía dos golfinhos e todos os outros títulos que estavam no programa da escola. Todos foram considerados como castigo para mim e a culpada disso tudo, era a preguiça. Antes das provas chorava pedindo a minha mãe que lesse para mim aqueles livros “enormes” e “chatos” que despertavam-me sono quando começava a ler. Ela reclamava um pouco, mas lia pacientemente. E eu escutava, só escutava. E assim passaram alguns anos.
Sem incentivos, sem marcos, voltei a gostar de ler. Lembro de um livro que li nesta época, chamado O diário de Anne Frank, falava sobre as vivências de uma garota de treze anos durante a Segunda Guerra Mundial.
As aulas de literatura e redação eram minhas favoritas neste período. Como era indecisa. Levava horas a pensar em como começar a escrever o texto. Mas, quando começava o lápis deslizava rapidamente no papel. Tirava boas notas. Mas nunca escrevia nada além do que a escola solicitava. Sempre fui condicionada a obrigação. Eu achava lindo quando via um diário de uma amiga, um poema da outra. Dizia para mim mesma: “Você tem que escrever alguma coisa”. Até tentava, ainda tento. Mas nunca gosto o bastante do que escrevo. Amasso o papel e jogo no lixo.
Hoje estou viciada na leitura. Sempre encontro um livro na bagunça da minha mochila. Se entro numa livraria, meus olhos brilham. É o lugar que me sinto bem. Às vezes fico imaginando trabalhar numa livraria. Eu ficaria em êxtase todo o dia, todos os dias, só de olhar para eles.
Leio gêneros variados. Os contos. Adoro ler contos. Rubem Fonseca, Nelson Rodrigues, Edgar Allan Poe, Jorge Luis Borges. Gosto também de Jornalismo Literário, ou New Journalism como queiram chamar, já li autores como Tom Wolf, Gay Talese, Trumman Capote, Caco Barcelos, Zuenir Ventura...Gosto de ler tantas coisas. Ainda falta me debruçar sobre as poesias.
Agora desejo mesmo é escrever.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Quero ler outros textos

Gostei de ler o Quintana, o Bruno. Gostaria de ler outros textos neste blog. Conto com vocês.
Ariadne.