quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O IMPACTO DA DITADURA DA BELEZA NAS ADOLESCENTES

Por Camila M. Correia

Hoje, através da diversidade de tratamentos estéticos de fácil acesso e de uma tecnologia avançada, ficou relativamente simples alcançar o tão sonhado “corpo perfeito”. Pelo menos, é o que a maioria das revistas de dieta e saúde nos ensina. Vemos, nas revistas, modelos de corpos enxutos, sem nenhuma gordura aparente, plastificadas.


Estamos submetidas, todo tempo, a essa ditadura, que nos faz querer ter a boca da Angelina, o cabelo da Gisele, os olhos da Aline... que monstro iremos criar? Temos que lembrar das nossas particularidades, estas, que nos fazem um ser único, original.


A psicóloga Rachel Moreno (2008), autora de um livro sobre beleza, acredita que esse ideal cria desejo de perfeição introjetado e imperativo. Para as adolescentes, essa obrigação de ser como todas as outras cria ansiedade, inadequação e baixa estima [sic] – sendo os mais complexos a anorexia e a bulimia. A busca da silhueta perfeita faz com que 5% das mulheres no mundo sofram com essas doenças, que é tida pelos cientistas como típica de cidade grande, sendo o ambiente urbano um fator potencial de risco.


A anorexia, além de alterações metabólicas, gastrointestinais, cardiovasculares e neuroendócrinas, outros transtornos mentais podem estar associados à anorexia, como depressão e características obsessivo-compulsivas. Enquanto a bulimia traz as alterações cardiovasculares, gastrointestinais, metabólicas associadas a transtornos de humor e de ansiedade. Pode haver também desgaste do esmalte dentário e hipertrofia das glândulas salivares.


As adolescentes estão sendo muito afetadas com essa ditadura agressiva. Comunidades na internet fazem apologia a anorexia e a bulimia. Em um instante, você adquire dicas de como forçar o vômito e até de como enganar os seus pais. Essas meninas estão sendo persuadidas pela mídia, que “reforça essa beleza de plástico”. A partir disso estão caminhando para um padrão ideal de beleza, que por mais longe de sua realidade, elas tentam buscar.

Esses fatos já estão servindo de modelo para a mídia, que tenta agora desfazer o mal feito. Com propagandas de incentivo a viver a sua beleza, colocando cada vez mais atores com sobrepeso e/ou obesidade em telenovelas que têm como público alvo adolescentes, como é o caso da “Malhação” exibida na Rede Globo.


Estamos, talvez, entrando numa nova fase, a de aceitação de um “eu” singular, que não pode remeter a outras pessoas. Vemos negros adotando visual Black, “gordinhas” aceitando a sua forma e se tornam cada vez mais sexys, comprovando assim a não estabilidade dos padrões de beleza, que mudam através do tempo.


A aparência não pode passar a ser mais importante. Temos uma gama de coisas que nos constroem, que nos tornam especiais, isso tem que ser valorizado sempre.

Um comentário:

  1. Gostei muito do tema abordado! Realmente beleza exterior não pode ser mais importante do que a inferior, mas nem sempre isso sai da teoria, várias pessoas dizem não se importar com a beleza, mas na prática agem de forma preconceituosa, mas enfim, muito bom o texto!

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