domingo, 18 de abril de 2010

Felicidade Realista

Por Mário Quintana


A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor.. não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.
Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade.
Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo.
Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se
sentir seguro, mas não aprisionado.
E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato,amar sem almejar o eterno.
Olhe para o relógio: hora de acordar.
É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente.
A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.
Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade.
Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo.
Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça de que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.
Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração.
Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Leoni, Bernardo e um sorvete de casquinha (por Bruno Sofrozine)


Estava eu aqui quebrando a cabeça tentando achar uma maneira de contar minha estória sem começar com “Era uma vez”. Não vi, porém, como fazê-lo sem considerar esse lugar comum. Alguns contos te dão essa possibilidade. Alguns contos permitem que você fuja dos lugares comuns sem prejudicar a estética da narrativa. Bem... Eu não pretendo, de forma alguma, me render às vontades dos dizeres clássicos. Resta-me então arriscar a beleza da obra dando encetamento à minha historieta com a apresentação do cenário.
Redentor é uma legítima metrópole. Shopping Centers, indústrias, torres empresariais, dentre outras coisas denunciam a contemporaneidade da cidade. Uma cidade onde a miscigenação racial e cultural se faz evidente. Uma cidade também dotada de belezas naturais como parques e belíssimas praias. Redentor, como se pode constatar, nem de longe é uma dessas cidadezinhas de um reino bem distante onde tudo acontece. Contudo, não deixa de ter sua pequena peculiaridade.
Uma vez por ano, desde muito tempo, passa pela região, sempre no mesmo mês, um caminhão de sorvete. Todos em Redentor conhecem a fama dos produtos do sorveteiro. Mitos foram criados sobre os picolés, sorvetes e sobremesas daquele caminhão. Gilmar, o sorveteiro, perdeu as contas de quantas vezes teve seu caminhão quase virado. Não basta ter dinheiro para comprar alguma coisa; tem que ter força física e mental para enfrentar os adversários que querem provar desse néctar tanto quanto você. Uma verdadeira batalha.
No bairro dos Mouros, dois amigos anseiam pela chegada do caminhão. Leoni e Bernardo formulam estratégias para saírem vitoriosos do massacre. Eles pesquisam preços e produtos, pois não haverá tempo para pensar. Na hora H, tudo é definido em questão de segundos e a principal arma é a convicção do que se quer.
Bernardo quer comprar um sorvete de casquinha, mas não porque é o mais barato. Desde antes de ter ciência do preço, ele já tinha certeza do que queria. Bernardo já havia experimentado muitas casquinhas da cidade, mas foi na mão de Lucas, um sorveteiro do bairro dos Mouros, que ele comprou o melhor sorvete de casquinha que já provou. Descobriu naquele momento uma causa pela qual valia à pena a dedicação de uma vida. Bernardo sabe que existe, mas não conhece ninguém que goste tanto de sorvete de casquinha quanto ele. É a primeira vez que Bernardo vai tentar comprar a casquinha do caminhão e os riscos só deixam-no mais excitado. Para ele, isso será mais do que uma conquista pessoal.
Leoni sempre quis comprar um milk-shake até o momento que soube quanto custava. Enquanto o sorvete de Bernardo custava uns R$2, o milk-shake de Leoni custava R$13. Leoni não se importava com o preço desde que ele tivesse dinheiro suficiente que, segundo ele, não tinha. Desesperado diante da chegada do caminhão, ele decidiu que também compraria um sorvete de casquinha. Havia outros produtos mais baratos ou tão baratos quanto, mas ele optou por seguir Bernardo que por sua vez não se importou. Na verdade, mesmo Leoni querendo um milk-shake, se lhe fosse dado um picolé de jiló, ele aceitaria; bastava apenas que fosse do caminhão de Gilmar. Ao contrário de Bernardo que queria o sorvete de casquinha ou nada.
Chegou o caminhão e com ele centenas de pessoas de todos os cantos da cidade. Enquanto Bernardo e Leoni tentavam passar despercebidos pela multidão, via-se por todos os lados violência e gladiação, ouvia-se gritos e gemidos de dor. Foi no momento em que sentiu uma martelada no escroto que Bernardo viu sua esperança morrer. Caiu agonizante ao mesmo tempo em que ouvia o tilintar de suas moedas rolando pelo chão. Com os olhos semicerrados buscou um rosto conhecido; Leoni havia sumido. Estava sozinho. Dominado por uma dor tão insuportável que malmente conseguia abrir os olhos, sentia os vultos de pés em movimento que, por milímetros, erravam seu rosto, mas não erravam seus braços, pernas e tronco. Ouviu um ronco de motor e se perguntou se o caminhão estava indo embora. Sua resposta caiu junto com uma motosserra onde, segundos antes, estivera seu braço esticado. Reunindo as poucas forças que restavam, esgueirou-se entre as pernas frenéticas na direção contrária ao caminhão de sorvete. Sair dali com vida tornou-se sua prioridade.
Longe e salvo do perigo, conseguiu ver que Leoni, com um sorvete de casquinha na mão esquerda, gritava seu nome desesperado. Estava feliz em ver que Leoni tinha conseguido. Leoni viu Bernardo e foi ao seu encontro visivelmente feliz por ver que seu amigo estava bem. Guiado por Leoni, Bernardo reuniu mais forças e sentou-se num banco próximo em tempo de ver um homem alto e musculoso, portando um martelo na mão esquerda e um sorvete de casquinha na direita, ser decapitado por uma foice simplesmente vinda do nada.
Quando o homem caiu aos seus pés, Bernardo, sem nem pensar, pegou a casquinha de sua mão. Antes que pudesse provar, porém, foi interrompido por Leoni que não parava de relatar o quão mágico havia sido seu contato com o sorvete de casquinha. Leoni parecia um desses recém-apaixonados que não conseguem ficar um segundo sem falar do outro. Leoni já até se imaginava fabricando seu próprio sorvete.
Quando Bernardo provou a casquinha, ela não era tão gostosa e ele se perguntou se no próximo ano não deveria tentar comprar outra sobremesa. Um Milk-shake talvez.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Experiência com leitura e escrita - Silvam, quimico

Quando eu era pequeno tinha muito costume de ler, lia em média 2 livros por ano. Sempre andava com uma revistinha da turma da Monica em baixo do braço. O melhor livro que eu achei na minha vida foi O Poderoso Chefão, li o livro depois assisti o filme e percebi que os livros são muito mais interessantes e detalhistas do que os filmes. Ler estimula a imaginação. O tempo foi passando e minha freqüência literária foi diminuindo. O ultimo livro que eu li foi O Código da Vinci, gostei bastante, me prendeu do inicio ao fim. Tive vontade de ler outros de Dan Brown (não lembro se é assim escreve), como o que fala da maçonaria, mas as desculpinhas me impediram.


Nunca fui muito de escrever, a minha pratica em escrita foi restrita às redações e dissertações na escola. Embora não escreva muito gosto das minhas redações, apesar dos erros de português e da letra feia gosto das minhas idéias, me acho criativo. Pena que os outros não achem. Hehehehe brincadeira.´
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