quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A arrogância da ciência: o cúmulo da mediocridade

 Por Saryne Rhayane

 O termo “ciência” vem do latim “scientia” e corresponde a um conhecimento geral, sem especialização ou método próprio. Entretanto não é de tal forma que se define a ciência atualmente. Esta aparece como importante meio de desenvolvimento das sociedades e manutenção da vida, apresentando o que, em alguns momentos, se julga uma verdade absoluta, ainda que sua moderna concepção, a construtivista, afirme que as leis e verdades científicas estão em processo de transformação. Fato que representa um passo na quebra da visão autoritária da ciência.

A ciência contribuiu e tem contribuído para que o ser humano compreenda o funcionamento do meio em que foi inserido e como foi inserido (apesar de ainda não haver uma resposta amplamente aceita para tal questão), derrubando alguns conceitos os quais julgou isentos de racionalidade. Entretanto sua contribuição é igualmente visível no campo da dominação política, quando povos são condicionados a subordinação diante da ciência. Um exemplo disso são os remédios testados nos africanos, que servem de cobaia para a ciência, como afima Paula Oliveto; os países estrangeiros utilizam a África como centro de pesquisa, sem comitês éticos reguladores, a desculpa do cientistas é a falta de remédio nestas áreas para tratamentos das doenças. Dessa forma, assumem uma postura antiética. Exatamente como no passado quando a ciência definiu-se como conhecimento que apresenta métodos próprios, o método científico; as teorias deveriam ser comprovadas através da experiência ou da razão. Foi tal definição que levou os pensadores europeus a subjugarem como intelectualmente inferiores, os povos não-europeus, por estes não terem desenvolvido a ciência tal como eles, como afirma o professor Walter Praxedes da Universidade Estadual de Maringá, em seu texto “Por uma nova ciência”. Outra contribuição da ciência é na degradação do meio ambiente, por exigência talvez do sistema vigente, o capitalismo.

Na tentativa de derrubar conceitos vindos de conhecimentos denominados senso comum, a ciência acabou por criar uma aversão ao que algumas culturas concebem como verdade pelo simples fato de não haver uma explicação lógica e racional como a científica. Ou seja, por estas não seguirem o método científico que julga-se o único meio correto de compreender o mundo, por que suas explicações não admitem a fé.

Tal como o Construtivismo afirma, a ciência é mutável; a teorias tidas como verdadeiras, atualmente, podem num futuro não muito distante ser comprovadas como falsas. Um exemplo disso foi o racismo científico, que no passado justificava a supremacia caucasiana através da hipótese ambiental e dos estudos da craniometria (séc. XVIII) e antropometria no século XIX, em que se comparava crânios, e outra partes do corpo humano das diferentes raças estabelecidas, (tendo experimentos forjados para confirmar a supremacia da "raça" branca). Teorias que foram combatidas pelo desenvolvimento da genética, que ainda mostram-se fixadas no senso comum. Fato que demonstra a importância que a ciência tem sobre este.

Portanto a ciência e a racionalidade desta falham, assim como o senso comum e os princípios baseados nos costumes deste.

A ciência tem sua importância, apesar de se contradizer e discriminar outras formas de conhecimento. Foi importante na descoberta de água na lua, apesar de ainda não existir vacina para a gripe comum. Assim, avança a ciência em benefício próprio, legitimado por seu método único. Entretanto até quando o método científico será capaz de fornecer inquestionavelmente explicações a tudo?

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