sábado, 29 de maio de 2010

O LEITOR, a LEITURA NA INTIMIDADE e as DIFERENTES FORMAS DE LER

Por Jamile Teixeira

O leitor é um filme que discute variados assuntos. O analfabetismo, o nazismo, o julgamento aos nazistas, o amor com diferença etária, a luxúria fazem parte do enredo. O filme retrata o período nazista e pós-nazista na Alemanha romanceado através de um jovem de 15 anos e uma mulher mais velha. O amor entre o casal é despontado quando Hanna ajuda o garoto Michael, que volta curado para agradecê-la. Neste romance, misturam-se letras e sexo. O filme mostra uma diferente e interessante relação de amor entre os personagens, mesmo quando Hanna desaparece, o amor sobrevive entre o casal.
No texto, Diferentes formas de ler, a idéia de leitura compartilhada por mais de uma pessoa é colocada como forma de sociabilidade e entretenimento, funcionando assim como uma interação social. A leitura no filme é mostrada de forma compartilhada entre o casal. Michael lê para Hanna que, em segredo, sofre com seu analfabetismo. A leitura e o sexo funcionam, no filme, como ferramentas da interação social entre os personagens.
O leitor retrata a leitura de entretenimento. O texto Diferentes formas de ler, da autora Márcia Abreu, traz a ideia de leitura, contidas em fotografias divulgadas na internet, como “um ato prazeroso, que se realiza em ambientes confortáveis, tranquilos e harmônicos”, justamente, o cenário pertencente ao filme. A casa de Hanna permitia a leitura tranquila e, posteriormente, o ato sexual. Esse espaço íntimo, a cama, é tratado no texto Leitura na intimidade, discutindo a leitura e o tipo de ambiente que deve ser lido cada tipo de obra. O autor Alberto Manguel destaca o conforto no momento da leitura, pois acredita que “o prazer derivado da leitura depende em larga medida do conforto corporal do leitor.” O texto destaca, ainda, o caráter mítico da leitora na cama:

Ler na cama é um ato autoconcentrado, imóvel, livre das convenções sociais comuns, invisível ao mundo, e algo que, por acontecer entre lençóis, no reino da luxúria e da ociosidade pecaminosa, tem algo de emoção das coisas proibidas [...] um certo colorido erótico (MANGUEL, 1987).

Essas palavras do autor do texto Leitura na intimidade refletem o filme O leitor, porque a cama retratada no texto funciona, no filme, como esse espaço real de leitura e luxúria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário