domingo, 14 de novembro de 2010

Um pouco da apolítica

Desde alguns três ou quatro anos atrás, quando descobri o termo ao preencher meu perfil do Orkut, eu me considero apolítico. Basicamente porque não entendo nada de política, mas também não me preocupo em entender. Rendi-me ao comodismo. E esse, inclusive, é outro grande defeito meu.

Por causa disso, opto, quase sempre, pela alternativa mais fácil e prática (apesar de não ser a mais certa): votar em branco. Sei que muitos dirão que eu deveria tomar vergonha na cara e procurar me informar. Dirão também que é por causa de pessoas como eu que gente como Tiririca e Roberto Jefferson é eleita. Mas, como disse, eu sou acomodado demais para isso.

Por outro lado, é justamente esse ponto que me difere dessa gente. Não é melhor eu anular meu voto do que colocar Collor no poder? Ainda que nem eu possa me considerar inteligente por isso, acho que não posso ser acusado de insensatez. Penso que faço bem melhor do que sair pela rua, minutos antes da votação, colhendo aleatoriamente santinhos de candidatos como muita gente faz.
Mas, Bruno, você não sabia que o voto em branco vai para quem está ganhando?
Ai, ai... Muita gente pensa assim. E é justamente nesse ponto que eu queria chegar.
Há muito, criou-se a cultura de que o voto em branco é creditado ao candidato que está liderando a eleição. Daí, o voto nulo, que não é propriamente um voto, entrou em cena. Só que depois, instaurou-se também outra cultura: a de que os votos nulos também vão para quem está ganhando.

Bem, gente... A verdade é que nenhum vai pra ninguém. Eles são a mesmíssima coisa.
A urna eletrônica é programada para contabilizar SOMENTE os votos válidos, e os nulos e também os brancos contam como inválidos. Eles são registrados para fins estatísticos, mas não são computados para nenhum candidato ou partido.

Mas calma. Eles hoje são a mesma coisa, mas a razão de acharem que não são tem embasamento. Antes, no tempo em que as votações não eram através da urna eletrônica, eles eram realmente diferentes:
“O voto em branco representava uma indiferença do eleitor, algo como um ‘tanto faz’, e era cedido aos candidatos que obtivessem maioria. Hoje não é mais assim. O voto nulo, por sua vez, partia de um erro do eleitor na hora de votar ou representava um voto de protesto, através do qual o cidadão queria se dizer inconformado com as opções existentes ou com a própria política nacional.” (JC Online)
Também anda circulando pela internet um e-mail dizendo que, se mais de 50% dos votos forem nulos, a eleição será cancelada, nenhum dos candidatos poderá concorrer a um cargo político por quatro anos, e deverá se fazer uma nova eleição com outras pessoas. Tudo balela!
Segundo o TSE, isso só ocorre se for constatado algum tipo de fraude no sufrágio; se os votos válidos forem anulados pelo próprio TSE, que é a maior autoridade eleitoral do país.
Mas, Bruno, quem garante que isso tudo é verdade?
Bem... Nunca se sabe, né? É da crença de muita gente que os gatos dominarão o planeta em breve. Então, quem garante que isso não é só mais uma estratégia deles a fim de nos envolver, como fantoches, na maior realização conspiratória de todos os tempos?